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Desporto

“Caldas da Rainha Ladies Open está no limiar da elite do ténis mundial”

11 de setembro, 2024
Oeste CIM
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O Complexo Municipal de Ténis das Caldas da Rainha vai receber, de 15 a 22 de setembro, a 5.ª edição do Caldas da Rainha Ladies Open, uma prova de 100.00 dólares de prize money e que atribui 100 pontos para a vencedora de singulares. Este é o barómetro que serve para explicar o quão próxima está a competição da “elite”, como nos revela o diretor do torneio, Nuno Mota, regozijando-se com as mais de 400 inscrições e as 30 nacionalidades em ação numa “semana cor-de-rosa” no Oeste.

- Como surgiu a ideia de realizar o torneio de ténis feminino Caldas da Rainha Ladies Open?

- Em amena conversa de café (Pituca) e na tentativa de fazer algo empreendedor que reunisse as capacidades dos presentes, decidimos começar a montar o projeto e logo vimos que na realidade estavam reunidas as condições para que viesse a ser um sucesso.

- Caldas da Rainha é uma cidade ligada à atividade do ténis, tendo um dos mais antigos carismáticos clubes do país. Foi por essa razão que decidiram começar a realizar o evento nesta cidade?

- Na verdade foi o ténis das Caldas da Rainha que nos reuniu nas Caldas por isso posso dizer que sim. No entanto, a motivação do Nuno Reis, pai de uma atleta, aliado à minha motivação em fazer algo mais em Portugal pelo ténis feminino e com experiência de organização de eventos e o know how em organização de eventos do Nuno Sardinha foram os condimentos para o arranque deste projeto.

- Por que o Caldas da Rainha Ladies Open é considerada uma das maiores competições do circuito ITF na Europa? O que distingue este torneio de outros do género?

- O CRLO é um dos únicos 25 torneios da categoria W100 realizados ao longo do ano em todo o mundo. Este ano, tendo ascendido à categoria W100, está no limiar para poder entrar na elite do ténis mundial, o que acontece se um dia passar à categoria WTA125. A envolvência que os nossos parceiros adicionam à organização do evento criando um verdadeiro ‘caldeirão’ de network, não só durante a prova, mas também nas semanas que antecedem, fazem dele uma excelente oportunidade de negócio para todos. O município de Caldas da Rainha já se apercebeu da forte dinâmica que este evento traz à cidade por isso se tem empenhado fortemente nestas primeiras cinco edições.

- Como diretor de prova, quais são os principais desafios na realização da prova?

- Garantir que antecipamos com tempo todas as variáveis que poderão comprometer o sucesso do evento recorrendo a um ‘staff’ que está cada vez mais competente. Reunir um conjunto de patrocinadores que, além de ajudarem a suportar os encargos financeiros deste evento, também se empenham em ajudar a torná-lo como uma parte deles próprios. Outro dos desafios é garantir que a prova recebe muito bem as suas jogadoras e que estas têm excelentes condições para jogar, treinar, descansar, comer e um serviço de transportes eficaz.

- Por que razão é uma prova apenas no feminino?

- Tendo sido responsável pela coordenação das Seleções Nacionais Juvenis (dos Sub 10 aos Sub 18) de ambos os géneros e apercebendo-me da desigualdade de oportunidades que as jogadoras portuguesas têm no acesso ao mais alto nível do ténis mundial não hesitámos em optar pelo apoio ao circuito feminino. Passados cinco anos estamos seguros de que a aposta está ganha e com potencial para progredir ainda mais. Na edição de 2023 tivemos pela primeira vez uma equipa portuguesa a vencer a variante de pares de um W60, curiosamente nas Caldas da Rainha.

- Nota o aumento de praticantes de ténis no escalão feminino?

- Será sempre um processo lento pois é um problema cultural. No entanto as melhores jogadoras portuguesas vão consistentemente ultrapassando barreiras e mostrando às gerações seguintes que há um caminho de sucesso possível de ser seguido. O nosso papel é o de ajudá-las a acreditar nesse caminho.

- Quão importante seria termos de novo alguém como a Michelle de Brito no circuito?

- O importante seria termos no ténis feminino alguém como o Frederico Gil ou o João Sousa ou o Nuno Borges. Que conseguiram furar o Top 100 e lá permanecer de forma consistente. A Michelle foi sem dúvida muito importante, mas teve uma passagem fugaz no Top 100. Neuza Silva e Maria João Koeller estiveram muito próximas do Top 100. Neste momento a Francisca Jorge tem vindo a consolidar a sua posição no Top 200. A Matilde Jorge tem também potencial para se aproximar do Top 100.

- Voltando ao torneio: quantas tenistas estarão a competir durante os oito dias da prova?

- A prova só permite que joguem 56 atletas. 32 na prova de qualificação, donde sairão oito para se juntarem às 24 jogadoras que se apuram diretamente para o Quadro Principal. No entanto tivemos mais de 400 jogadoras inscritas no torneio.

- Que nacionalidades estarão representadas no torneio?

- Deveremos ter cerca de 30 países representados no CRLO: Alemanha, Ucrânia, Estados Unidos, Rússia, Chéquia, Grã-Bretanha, Croácia, Itália, Roménia, Portugal, Eslováquia, França, Lituânia, Israel, Geórgia; Eslovénia, Suíça, Espanha, Uzbequistão, Polónia, Letónia, Canadá, Finlândia, Áustria, Noruega, Japão, Hungria, Estónia, Luxemburgo, Turquia.

- Para este ano, que expectativas tem do ponto de vista da organização e impacto do torneio?

- Em 2024 estamos a fazer um esforço muito grande para honrar o apoio dos nossos patrocinadores que têm sido inexcedíveis para com o evento. Subimos de um W75 para W100. Logo aí o investimento é avultado pois passamos de um prize money de $60.000 para $100.000. Melhorámos substancialmente a área social do evento dignificando as marcas associadas ao evento. A promoção da prova tem sido incrível com a cidade de Caldas da Rainha literalmente ‘manchada’ de cor-de-rosa. O país está a anunciar a prova com vários outdoors espalhados nas principais autoestradas. Estabelecemos uma parceria fundamental com acordo para três anos com a RTP que irá transmitir jogos em direto desde a fase de qualificação.

- E quais as principais novidades?

- Diria que as principais novidades para este ano são o facto de termos ascendido ao grupo restrito de apenas 25 provas W100 no mundo inteiro e de estarmos a comunicar a prova para todo o país quase à escala do Estoril Open.

- Qual é o prize money, em que categoria se insere o torneio e quantos pontos ATP são atribuídos?

- 100.00 dólares de prize money e 100 pontos para a vencedora de singulares. A categoria W100 é a mais elevada do Circuito da ITF. Daqui para cima só existem prova WTA.

- Para quem vai assistir, o que pode esperar?

- Uma semana de sol com ténis feminino de nível mundial com jogadoras do Top 200 WTA, várias delas com resultados espetaculares como são todas estas top 100 WTA: Jule Niemeier, Petra Martic, Kristina Mladenovic, Linda Fruhvirtova, Ana Konjuh, Maria Timofeeva, Lucrezia Stefanini, Mona Barthel, Louisa Chirico, Viktoria Hruncakova, Harmony Tan.

- Qual o objetivo que a organização tem a médio prazo para o torneio, nomeadamente na conquista de um maior posicionamento da prova no circuito internacional?

- Sempre ambicionámos fazer deste evento o melhor evento do ténis feminino em Portugal. Depois de consolidarmos este patamar em W100 iremos reunir com os nossos patrocinadores para sabermos até onde queremos ir. Para já temos a ambiciosa missão de garantir que estamos à altura da nossa ambição, de sermos um excelente W100.

- Gostaria de acrescentar algo que não tivéssemos perguntado?

- Sendo o ténis uma das modalidades que mais promove a longevidade humana, desafiamos todos os nossos visitantes a experimentar a jogar durante a semana do torneio na área que vamos criar exclusivamente para os nossos visitantes com material adaptado à iniciação. Quem sabe não vai estar entre nós uma futura vencedora do CRLO…!!

Última Atualização 11 setembro, 2024

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